Câncer de Mama
O que é Câncer de mama?
O câncer de mama é um
tumor maligno que se desenvolve na mama como consequência de alterações
genéticas em algum conjunto de células da mama, que passam a se dividir
descontroladamente. Ocorre o crescimento anormal das células mamárias, tanto do
ducto mamário quanto dos glóbulos mamários. Esse é o tipo de câncer que
mais acomete as mulheres em todo o mundo, sendo 1,38 milhões de novos casos e
458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS). A proporção em homens e mulheres é de 1:100 - ou seja, para cada
100 mulheres com câncer de mama, um homem terá a doença.
No Brasil, o
Ministério da Saúde estima 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado
de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo dados da Sociedade Brasileira de
Mastologia, cerca de uma a cada 12 mulheres terão um tumor nas mamas até os 90
anos de idade. Segundo o INCA, é que represente, em 2016, 28,1% do total dos
cânceres da mulher.
Tipos
Existem diversos tipos e subtipos
de câncer de mama. No geral, o diagnóstico leva em conta alguns critérios: se o
tumor é ou não invasivo, seu tipohistológico, avaliação imunoistoquímica e seu
estadio (extensão):
Tumor
invasivo ou não
Um câncer de mama não invasivo,
também chamado de câncer in situ, é aquele que está contido em algum ponto da
mama, sem se espalhar para outros órgãos - a membrana que reveste o tumor não
se rompe, e as células cancerosas ficam concentradas dentro daquele nódulo. Já
o tipo invasivo acontece quando essa membrana se rompe e as células cancerosas
invadem outros pontos do organismo. Todo câncer in situ tem potencial para se
transformar em invasor.
Avaliação
Imunoistoquímica
Também chamada de IQH, a
avaliação imunoistoquímica para o câncer de mama avalia se aquele tumor tem os
chamados receptores hormonais. Aproximadamente 65 a 70% dos cânceres de mama
tem esses receptores, que são uma espécie de ancoradouro para um determinado
hormônio. Existem três tipos de receptores hormonais: o de estrógeno, o
de progesterona e o de HER-2. Esses receptores fazem com que o
determinado hormônio seja atraído para o tumor, se ligando ao receptor e
fazendo com que essa célula maligna se divida, agravando a doença.
A progesterona e o estrógeno são
hormônios que circulam normalmente por nosso organismo, que podem se ligar aos receptores
hormonais do câncer de mama, quando houver. Já o HER-2 (sigla para receptor 2
do fator de crescimento epidérmico humano) é um gene que pode ser encontrado em
todas as células do corpo humano, que tem como função ajudar a célula nos
processos de divisão celular. O gene HER-2 faz com que a célula produza uma
proteína chamada proteína HER-2, que fica na superfície das células. De tempos
em tempos, a proteína HER-2 envia sinais para o núcleo da célula, avisando que
chegou o momento da divisão celular. Na mama, cada célula possui duas cópias do
gene HER-2, que contribuem para o funcionamento normal destas células. Porém,
em algumas pacientes ocorre o aparecimento de um grande número de genes HER-2
no interior das células da mama. Com o aumento do número de genes HER-2 no
núcleo, ficará também aumentado o número de receptores HER-2 na superfície das
células.
Tipo
histológico do câncer de mama
O tipo histológico é como se
fosse o nome e o sobrenome do câncer. Os tipos histológicos se dividem em
vários subtipos, de acordo com fatores como a presença ou ausência de
receptores hormonais e extensão do tumor. Os tipos mais básicos de câncer de
mama são:
·
Carcinoma ducta in situ: é o tipo mais comum de câncer de mama não
invasivo. Ele afeta os ductos da mama, que são os canais que conduzem leite.
Ele não invade outros tecidos nem se espalha pela corrente sanguínea, a
membrana que reveste o tumor não se rompe, e as células cancerosas ficam
concentradas dentro daquele nódulo mas pode ser multifocal, ou seja, pode haver
vários focos dessa neoplasia na mesma mama. Caracteriza-se pela presença de um
ou mais receptores hormonais na superfície das células.Todo câncer de mama in
situ tem potencial para se transformar em invasor.
·
Carcinoma ductal invasivo: ele também acomete os ductos da mama, e se
caracteriza por um tumor que pode invadir os tecidos que os circundam. O câncer
do tipo ductal invasivo representa de 65 a 85% dos cânceres de mama invasivos.
Esse carcinoma pode crescer localmente ou se espalhar para outros órgãos por
meio de veias e vasos linfáticos. Caracteriza-se pela presença de um ou mais
receptores hormonais na superfície das células.
·
Carcinoma lobular in situ: ele se origina nas células dos lobos mamários
e não tem a capacidade de invasão dos tecidos adjacentes. Frequentemente é
multifocal. O carcinoma lobular in situ representa de 2 a 6% dos casos de
câncer de mama.
·
Carcinoma lobular invasivo: ele também nasce dos lobos mamários e é o
segundo tipo mais comum. O carcinoma lobular invasivo pode invadir outros
tecidos e crescer localmente ou se espalhar. Geralmente apresenta receptores de
estrógeno e progesterona na superfície das células, mas raramente a proteína
HER-2.Tem maior de afetar as duas mamas.
·
Carcinoma inflamatório: raramente apresenta receptores hormonais,
podendo ser chamado de triplo negativo. Ele é a forma mais agressiva de câncer
de mama – e também a mais rara. O carcinoma inflamatório se apresenta como uma
inflamação na mama e frequentemente tem uma grande extensão. Ele também começa
nas glândulas que produzem leite. As chances dele se espalhar por outras partes
do corpo e produzir metástase é grande.
·
Doença de Paget: é um tipo de câncer de mama que acomete a aréola ou
mamilos, podendo afetar os dois ao mesmo tempo. Ele representa de 0,5 a 4,3% de
todos os casos de carcinoma mamário, sendo portando uma forma mais rara. Ele é
caracterizado por alterações na pele do mamilo, como crostas e inflamações – no
entanto, também pode ser assintomático. Existem duas teorias para explicar a
origem da doença de Paget da mama: as células tumorais podem crescer nos ductos
mamários e progredir em direção à epiderme do mamilo, ou então as células
tumorais se desenvolvem já na porção terminal dos ductos, na junção com a
epiderme.
Estadiamento
do câncer de mama
O câncer de mama é dividido em
quatro estadios ou estágios, conforme a extensão da doença, que vão do 0 ao 4:
·
Estadio
0: as células cancerosas ainda estão contidas nos ductos, por isso o problema é
quase sempre curável
·
Estadio
1: tumor com menos de 2 cm, sem acometimento das glândulas linfáticas da axila
·
Estadio
3: nódulo com mais de 5 cm que pode alcançar estruturas vizinhas, como músculo
e pele, assim como as glândulas linfáticas. Mas ainda não há indício de que o
câncer se espalhou pelo corpo
·
Estadio
4: tumores de qualquer tamanho com metástases e, geralmente, há comprometimento
das glândulas linfáticas. No Brasil cerca de 60 a 70% dos casos são
diagnosticado em estadio 3 ou 4.
Saiba Mais:
Fatores de
risco
Os principais fatores de risco
para o câncer de mama são:
)
Histórico
familiar
Os critérios para identificar o
risco genético para a doença são:
·
Dois ou
mais parentes de primeiro grau com câncer de mama
·
Um
parente de primeiro grau e dois ou mais parentes de segundo ou terceiro grau
com a doença
·
Dois
parentes de primeiro grau com esse tipo de câncer, sendo que um teve a doença
antes de 45 anos
·
Um
parente de primeiro grau com câncer de mama bilateral
·
Um
parente de primeiro grau com a doença e um ou mais parentes com câncer de
ovário
·
Um
parente de segundo ou terceiro grau com câncer de mama e dois ou mais com câncer
de ovário
·
Três ou
mais parentes de segundo ou terceiro grau com a doença
·
E dois
parentes de segundo ou terceiro grau com câncer de mama e um ou mais com câncer
de ovário.
Idade
As mulheres entre 40 e 69 anos
são as principais vítimas. Isso porque a exposição ao hormônio estrógeno está
no auge com a chegada dessa idade. A partir dos 50 anos, particularmente, os
riscos entram em uma curva ascendente.
Menstruação
precoce
A relação com a menstruação está
no fato de que é no início desse período que o corpo da mulher passa a produzir
quantidades maiores do hormônio estrógeno. Esse hormônio em quantidades
alteradas facilita a proliferação desordenada de células mamárias, resultando
em um tumor. Quanto mais intensa e duradoura é a ação do hormônio nas células
mamárias, maior é a probabilidade de um tumor. Se a primeira menstruação ocorre
por volta dos 9 ou 10 anos de idade, é porque os ovários intensificaram a
produção do hormônio cedo e, assim, o organismo ficará exposto ao estrógeno por
mais tempo no decorrer da vida.
Menopausa
tardia
A lógica nesse caso é a mesma do
caso acima - enquanto a menstruação não cessa, os ovários continuam a produzir
o estrógeno, deixando as glândulas mamárias mais expostas ao crescimento
celular desordenado.
Reposição
hormonal
Muitas mulheres procuram a
reposição hormonal para diminuir os sintomas da menopausa. Mas essa
reposição - principalmente de esteroides, como estrógeno e progesterona - pode
aumentar as chances. Na menopausa, os tecidos ficam ainda mais sensíveis à ação
do estrógeno, já que os níveis desse hormônio estão baixos devido à ausência de
sua produção pelo ovário. Como alternativa à reposição hormonal, é indicada a
prática de exercícios físicos e uma dieta balanceada.
Colesterol
alto
O colesterol é a
gordura que serve de matéria prima para a fabricação do estrógeno. Dessa forma,
mulheres que altos níveis de colesterol tendem a produzir esse hormônio em
maior quantidade, aumentando o risco de câncer de mama.
Obesidade
O excesso de peso é um fator de
risco para o câncer de mama principalmente após a menopausa. Isso porque a
partir dessa idade o tecido gorduroso passa a atuar como uma nova fábrica de
hormônios. Sob a ação de enzimas, a gordura armazenada nas mamas, por exemplo,
é convertida em estrógeno. O alerta é mais sério para aquelas que apresentam um
índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30. A redução de apenas 5%
do peso já cortaria quase pela metade os riscos de desenvolver alguns dos
principais tipos da doença. A constatação é de pesquisadores do Centro de
Prevenção Fred Hutchinson (EUA), com base na avaliação de dados de 439 mulheres
acima do peso entre 50 e 75 anos de idade.
Ausência de
gravidez
Mulheres que nunca tiveram filhos
têm mais chances devido a ausência de amamentação. Quando a mulher
amamenta, ela estimula as glândulas mamárias e diminui a quantidade de
hormônios, como o estrógeno, em sua corrente sanguínea.
Lesões de
risco
Já ter apresentado algum tipo de
alteração na mama não relacionada ao câncer de mama também pode aumentar as
chances do surgimento de tumores. Dessa forma, pequenos cistos ou calcificações
encontrados na mama, ainda que benignos, devem ser acompanhados com atenção.
Tumor de
mama anterior
Pacientes que já tiveram câncer
de mama têm mais chances de apresentar outro tumor - nesse caso é chamado de
câncer recidivo ou que sofreu uma recidiva.
Sintomas de
Câncer de mama
Os sintomas do câncer de mama
variam conforme o tamanho e estágio do tumor. A maioria dos tumores da mama,
quando iniciais, não apresenta sintomas.
Caso o tumor já esteja
perceptível ao toque do dedo, é sinal de que ele tem cerca de 1 cm³ - o que já
é uma lesão muito grande. Por isso é importante fazer os exames preventivos
(como a mamografia) na idade adequada, antes do aparecimento deste e de
qualquer outro sintoma do câncer de mama.
Foto: Getty Images
Veja os
outros sinais possíveis do câncer de mama:
·
Vermelhidão
na pele, inchaço ou calor
·
Alterações
no formato dos mamilos e das mamas, principalmente as alterações recentes, é
possível até que uma mama fique diferente da outra
·
Nódulos
na axila
·
Secreção
escura saindo pelo mamilo
·
Pele
enrugada, como uma casca de laranja
·
Em
estágios avançados, a mama pode abrir uma ferida.
Diagnóstico
de Câncer de mama
Além da mamografia, ressonância
magnética, ecografia e outros exames de imagem que podem ser feitos para
identificar uma alteração suspeita de câncer de mama, é necessário fazer uma
biópsia do tecido coletado da mama. Nesse material da biópsia é que a equipe
médica identifica se as células são tumorosas ou não. Caso seja feito o
diagnóstico, os médicos irão fazer o estudo dos receptores hormonais para saber
se aquele tumor expressa algum ou não, além de sua classificação histológica. O
tratamento vai ser determinado pela presença ou ausência desses receptores na
célula maligna, bem como o prognóstico do paciente.
Na consulta
médica
Chegando ao consultório com a
mamografia suspeita para câncer de mama, o médico fará perguntas sobre seu
histórico familiar da doença, idade, data de início da menstruação, se você já
está na menopausa e outras questões relacionadas a fatores de risco. Depois,
fará a análise da mamografia e da biópsia a fim de encontrar o diagnóstico.
Caso você já tenha recebido o
diagnóstico, é importante tirar todas as suas dúvidas com o médico e não deixar
nada escapar. Confira algumas dicas para aproveitar ao máximo a consulta:
·
Se não
entender o médico, peça que repita com termos mais simples ou usando desenhos
·
Leve um
caderno para a consulta e anote os pontos mais importantes e para levar dúvidas
anotadas para as consultas
·
Caso
queira informações adicionais sobre seu caso, peça a seu médico que indique
livros, sites ou artigos
·
Prefira
levar um acompanhante para ajudar na assimilação de novas informações.
Segue uma lista de perguntas
importantes para fazer na consulta:
·
Onde está
a doença nesse momento e qual a sua extensão?
·
Meu
câncer é receptor de hormônio positivo ou negativo?
·
Meu
câncer é HER-2 positivo ou negativo?
·
Quais são
as opções de tratamento e como elas funcionam?
·
Quais são
os efeitos colaterais mais e menos comuns do tratamento?
·
Como esse
tratamento me beneficiará?
·
Posso
evitar os desconfortos do tratamento? Como?
·
Qual a
previsão de duração do tratamento?
·
Precisarei
visitar o médico e realizar exames com que frequência durante o tratamento?
Quais exames serão necessários?
·
Precisarei
ficar internada?
·
Precisarei
seguir dieta específica?
·
Posso
fazer a reconstrução mamária? Como ficará minha mama?
·
Posso
apresentar linfedema? Quais são as chances?
·
Meu
câncer voltará? Quais são as chances?
·
Para quem
devo ligar se tiver dúvidas e problemas relativos ao tratamento?
·
Quando
terminar, quais serão os próximos passos?
·
Eu tenho
outras doenças concomitantes que afetam a minha capacidade de tolerar
tratamentos?
·
Há alguma
recomendação especial para esse momento?
Saiba mais:
Tratamento
de Câncer de mama
Existem diversos tratamentos para
o câncer de mama, que podem ser combinados ou não. Todo câncer deverá ser
retirado com uma cirurgia, que pode retirar parte da mama ou ela toda –
entretanto, em alguns casos pode ser que a cirurgia seja combinada com outros
tratamentos.
O que vai determinar a escolha do
tratamento é a presença ou ausência de receptores hormonais, o estadiamento do
tumor, se já apresenta o diagnóstico com metástase ou não.
Outro fator determinante para o
tratamento é a paciente e qual o seu estado de saúde e época da vida. Tratar o
quadro em uma mulher de 45 anos, saudável, é completamente diferente de fazer o
tratamento em uma mulher com 80 anos e doenças relacionadas – ainda que o tipo e
extensão do câncer sejam exatamente iguais. Nesse caso, deve ser levado em
conta o impacto dos tratamentos e se eles irão interferir na qualidade de vida
da paciente. Os tratamentos são divididos entre terapia local e terapia
sistêmica:
Terapia
local de câncer de mama
O câncer de mama tratado
localmente será submetido a uma cirurgia parcial ou total seguida de
radioterapia:
·
Cirurgia:
é a modalidade de tratamento mais antiga. Quando o tumor se encontra em estágio
inicial, a retirada é mais fácil e com menor comprometimento da mama
·
Radioterapia:
terapia que usa radiação ionizante no local do tumor. É muito utilizada para
tumores que ainda não se espalharam e não metástases, para os quais não é
necessária a retirada de grande parte da mama. A radioterapia também pode
ser usada nos casos em que o câncer de mama não pode ser retirado completamente
com a cirurgia, ou quando se quer diminuir o risco de o tumor voltar a crescer.
Dura aproximadamente um mês.
Terapia
sistêmica do câncer de mama
O tratamento sistêmico se faz com
um conjunto que medicamentos que serão infundidos por via oral ou diretamente
na corrente sanguínea. Em ambos os casos, o tratamento não é feito de forma
local – ou seja, o medicamento irá circular por todo o organismo, inclusive
onde o tumor se encontra. Há três modalidade de terapia sistêmica:
·
Quimioterapia:
tratamento que utiliza medicamentos orais ou intravenosos, com o objetivo de
destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes. A quimio pode
ser feita antes ou após a cirurgia, e o período de tratamento varia conforme o
câncer de mama e a paciente
·
Hormonioterapia:
tem como objetivo impedir a ação dos hormônios que fazem as células
cancerígenas crescerem. A hormonioterapia, portanto, só poderá ser utilizada em
pacientes que apresentam pelo menos um receptor hormonal em seu tumor. Essa
terapia no geral é feita via oral, e as drogas agem bloqueando ou suprimindo os
efeitos do hormônio sobre o órgão afetado
·
Imunoterapia:
também conhecido como terapia anti HER-2, essa modalidade é constituída de
drogas que bloqueiam alvos específicos de determinadas proteínas ou mecanismo
de divisão celular presente apenas nas células tumorais ou presentes
preferencialmente nas células tumorais. São medicamentos ministrados geralmente
via oral. Quando o tumor expressa a proteína HER-2 em grande quantidade, por
exemplo, são utilizadas drogas que irão destruir essas células especificamente.
Existem outras proteínas ou processos celular que podem se acentuar no tumor e
intensificar seu crescimento, e as drogas da terapia alvo irão agir nesses
pontos específicos.
Caso o tumor tenha grande
extensão, pode ser que o médico recomende uma terapia sistêmica inicialmente,
para diminuir o tamanho do câncer de mama e assim fazer a cirurgia parcial. Se
o câncer apresentar metástases, a terapia sistêmica também é indicada, já que
as drogas agem no corpo inteiro, encontrando focos do tumor e eliminando. A
escolha do tratamento tem que levar em conta a curabilidade da doença e a
tolerância à toxicidade do tratamento (algumas mulheres não podem se expor a
tratamentos muito severos durante um longo período). Pacientes que sofreram
metástases deverão se submeter ao algum tratamento sistêmico para o resto da
vida, além do acompanhamento clínico.
Complicações
possíveis
Entre as complicações está a
recidiva, que é a volta de um tumor já tratado. A recidiva do câncer de mama
ocorre nos dois ou três primeiros anos após a retirada do tumor, por isso é
necessário fazer um acompanhamento próximo nesse período, com mamografias
regulares em intervalos de seis meses ou anualmente mais análise clínica do
paciente. O tumor também pode invadir outros tecidos e se espalhar pela
circulação sanguínea ou linfática, atingindo outros órgãos como fígado e ossos
- causando as chamadas metástases. Se o câncer for metastático, o tratamento
deve ser sistêmico e acompanhado também individualmente.
Além disso, há os efeitos
colaterais das terapias. Após a cirurgia, é necessário acompanhamento com
médico e fisioterapeuta para evitar o rompimento dos pontos e necrose de
tecidos - também é importante manter a higienização do local para evitar
infecções. A cirurgia também envolve a modificação e pode causar uma série de
alterações psicológicas na paciente, além das físicas.
Saiba Mais:
A hormonioterapia pode piorar os
sintomas da menopausa, favorecer a osteoporose, aumentar o risco de trombose e
coágulos nas pernas - entretanto, esses efeitos colaterais são raros e as pacientes
no geral tem uma alta tolerância ao tratamento.
Durante a quimioterapia a mulher
pode sofrer infecções bucais, queda de cabelo, diarreia, náuseas e
baixa imunidade temporária. Algumas quimioterapias também pode afetar a saúde
cardiovascular - por isso é importante o acompanhamento com cardiologista. O
sistema reprodutor também pode ser afetado, por isso, se você estiver em idade
reprodutiva e pretende ter filhos, discuta com seu médico e parceiro(a) a
possibilidade de se fazer o congelamento de óvulos. A queda dos cabelos é
efeito mais comum da quimioterapia e não é controlável - isso porque o
tratamento irá matar tudo aquilo que está crescendo. Dessa forma, além da queda
de cabelo, pode ser que você perceba as unhas mais fracas também.
A terapia anti HER-2 tem menos
efeitos colaterais, mas pode induzir uma toxicidade no coração - por isso,
muita atenção com o cardiologista se optar por esse tratamento. Os anticorpos
monoclonais, ligando-se às células cancerígenas e destruindo-as
especificamente, apresentam geralmente menor grau de toxicidade que os
quimioterápios convencionais. Ainda sim, pode gerar efeitos como falta de
ar, sensação de calor, queda da pressão arterial e rubor. Notifique
imediatamente a equipe que te atende ao sinal desses sintomas. Normalmente,
esses efeitos diminuem nas administrações posteriores. Já a radioterapia pode
causar cansaço e queimaduras leves na pele que voltam ao normal com o fim da
terapia.
Câncer de
mama tem cura?
A maior chance de cura é por meio
do diagnóstico precoce. Um tumor diagnosticado no estadio 0 ou 1 chega a ter
mais 90% de chance de cura. Já um câncer de mama no estadio 3 ou 4 tem de 30 a
40% de chance de cura total. Mas isso não é motivo para desistir ou achar que o
seu caso não tem cura – com o tratamento adequado e força de vontade, todo o
obstáculo é transpassado. Mesmo cânceres em estadios mais avançados podem responder
bem ao tratamento, podendo ser operados e retirados completamente. Por isso é
importante conversar com seu médico e sempre buscar novas formas de lidar com a
doença.
Convivendo/
Prognóstico
O prognóstico do câncer de mama
depende de todas as características do tumor e paciente, como também da
disponibilidade das drogas adequadas. No Brasil ainda não está disponível a
terapia anti HER2 para doença metastática, por exemplo. Além disso, 40% das
mulheres com câncer no geral que precisam de radioterapia não recebem o
tratamento porque não tem equipamentos suficientes no país para suprir a
demanda. Esse tipo de complicação pode piorar o prognóstico de uma paciente,
que fica dependente de uma fila de espera ou então precisa se inscrever em
programas internacionais. Existem modelos matemáticos que ajudam a estimar o
risco de recidiva nos próximos dez anos – mas seus resultados não são 100%
corretos ou perfeitos. Existem métodos mais modernos que avaliam o tumor da
paciente em sua composição genética, individualmente. Com base na avaliação dos
genes do tumor da paciente faz-se um prognóstico individualizado e o benefício
que qualquer tratamento vai trazer para a cura do câncer de mama. Entretanto,
esses testes são mais sofisticados e não precisam ser enviados para fora do
país para avaliação.
O tratamento também envolve uma
serie de cuidados e práticas para minimizar os efeitos das terapias:
Como
minimizar os efeitos adversos da quimioterapia?
·
Náuseas e
vômitos: consuma alimentos de fácil digestão e converse com seu oncologista
sobre a necessidade da utilização de antieméticos.
·
Planeje a
alimentação: algumas pessoas sentem-se bem comendo antes da quimioterapia e
outras, não – nesse caso, o hábito varia conforme a necessidade da paciente com
câncer de mama. Entretanto, deve-se sempre aguardar pelo menos uma hora após a
sessão para consumir qualquer alimento ou bebida.
·
Coma
devagar: consuma pequenas refeições, cinco ou seis vezes por dia, em vez de
três grandes refeições, evitando ingerir líquidos enquanto come. Isso evite
enjoos e vômitos.
·
Prefira
alimentos frescos e evite consumi-los muito quentes
·
Evite
alimentos e bebidas fortes, como café, peixe, cebola e alho. Eles também
favorecem os vômitos.
Cuidados
durante a radioterapia
O radioterapeuta e a equipe de
enfermagem debem orientá-la sobre os cuidados específicos que deverão ser adotados
durante o tratamento de radioterapia. Esses cuidados variam muito de acordo com
a região a ser irradiada.
·
Pele:
lave a pele irradiada com sabão suave e água morna. Tente não coçar nem
esfregar a área.
·
Pomada:
aplique pomadas ou cremes sobre a pele somende com aprovação médica.
·
Prefira
roupas folgadas e confortáveis e se possível cubra a região irradiada com
roupas claras.
Mais do que viver, a paciente
pode viver bem, cuidando de si própria com carinho e atenção. Para ajudar as
pacientes nesse desafio, é cada vez mais comum a abordagem multidisciplinar
para o câncer de mama, com apoio de dentistas, nutricionistas, fisioterapeutas,
enfermeiros, psicólogos, preparadores físicos e etc.
Fisioterapia
para câncer de mama
Ela promove a independência
funcional da paciente, permitindo que realize as atividades que deseja sozinha
e sem inconveniências. Proporciona alívio da dor e reduz a necessidade do uso
de analgésicos. Geralmente o tratamento é indicado após a
cirurgia.
Nutrição
O acompanhamento nutricional
ajuda a prevenir a perda de peso e a desnutrição durante o tratamento. Além
disso, ele ajuda a paciente com câncer de mama a seguir as restrições
dietéticas corretas para evitar possíveis efeitos colaterais do tratamento.
Exercícios
físicos e câncer de mama
Não importante a atividade - o
que importa é praticar. A atividade física ajuda a "mandar" a fadiga
embora, aumenta a energia, a disposição e a autoestima, além de proporcionar convívio social.
·
Depois da
cirurgia: converse com seu médico sobre o retorno às atividades físicas. Isso
varia de acordo com o tempo de recuperação esperado para cada procedimento e
estado paciente.
·
Algumas
pacientes podem apresentar queda de imunidade durante o tratamento, o que pode
ocasionar infecções oportunistas. Por isso, não se recomendam atividades com a
natação – já o contato com a água da piscina pode favorecer infecções.
·
Caso a
ideia seja frequentar uma academia de ginástica, opte pela atividade
supervisionada por um profissional de educação física. Relate seu caso, para
que ele indique a série de exercícios mais adequada.
Sexualidade
e sensualidade
Durante o tratamento do câncer de
mama, diversas situações como diminuição da libido, alterações hormonais e
incômodos emocionais podem influenciar diretamente no seu comportamento sexual.
É importante que entenda que esses transtornos são causados por situações
físicas que você está enfrentando e não tem a ver o que você é em essência.
Tente resgatar nesse período a sensualidade que há em você – mas tudo em seu
tempo.
·
Fale com
seu parceiro ou parceira: converse sobre a diminuição da libido para que a
pessoa não se sinta rejeitada e confusa com seu possível desinteresse sexual. A
comunicação aberta poderá ajudar a buscar maneiras criativas de despertas a sua
libido.
·
Fale com
seu oncologista: seu médico pode prescrever medicamentos para combater os
efeitos colaterais do tratamento, motivos que levam ao desinteresse sexual.
·
Fale com
um psicólogo: o profissional pode ajudar identificando e tratando os obstáculos
emocionais que colaboram com o desinteresse sexual.
Cuidados com
a autoestima
A queda de cabelos e a mastectomia são
os pontos que mais podem afetar a autoestima da paciente. Tente não se render a
esses sentimentos e procure saídas para esses incômodos, que são pequenos perto
da sua qualidade de vida e da luta que você está travando. Você pode guardar os
fios naturais para aplicar em rabo de cavalo quando cabelos voltarem a crescer,
ou então comprar perucas e usar lenços coloridos, refletindo sua personalidade.
Busque outras atividades que façam você se sentir bem, como cursos de uma área
que você se interesse. Tudo vale para reconquistar a autoconfiança ou então não
deixar que ela se vá.
Administrando
sentimentos
O câncer de mama pode gerar uma série
de sentimentos, diversos altos e baixos. Isso tudo é normal – o ser humano é
cheio de emoções e a doença pode maximizar esse aspecto. Entenda que alguns
dias serão melhores que outras, mas não permita que o mais estar se instale. O
importante é que você não se desespere em meio aos sentimentos que experimenta.
Se você perceber algum sinal de depressão, como tristeza profunda, falta
de sono e apetite, insegurança e desânimo, converse com seu oncologista sobre o
assunto. Ele poderá recomendar uma visita ao psicólogo.
Impacto do
câncer de mama na minha vida
·
Casa: se
você ainda não divide a tarefas com seu parceiro (a) e filhos, essa é a hora
para determinar novas funções. Durante o tratamento pode ser que você se sinta
indisposta, e todo o apoio é importante nesse sentido.
·
Trabalho:
se você se sentir disposta e com vontade de trabalhar, vá em frente - isso
ajudará a manter o convívio social e atrelará compromissos a sai vida que não
estão relacionados com o tumor. Porém, em alguns momentos, você poderá se
sentir debilitada e pode ser que opte por deixar o trabalho.
·
Vida
financeira: seu orçamento pode ficar abalado caso você precise parar de
trabalhar, mais as despesas do tratamento. Saiba que é possível requisitar
auxílio-doença e não se envergonhe se precisar pedir ajuda a um parente ou
amigo mais próximo. Rever os gastos durante esse período também é essencial.
Conversando
com seus filhos
·
A pessoa
mais indicada para contar é você. Fale o mais rápido possível, para não criar
um clima de omissão. Além disso, evite omitir a palavra câncer ou tratar o
câncer de mama como um tabu. Isso somente criará medo em torno da doença
·
Você não
precisa contar detalhes da doença, mas esteja preparada para questionamentos
·
Explique
os efeitos colaterais da doença do tratamento, que é normal você ficar mais
triste em alguns momentos, que é normal a queda de cabelos e outros efeitos.
Isso evite choques.
·
Seus
filhos poderão apresentar mudanças de comportamento e desempenho na escola. É
importante que o educador saiba lidar com isso e tenha liberdade de comentar
com você se algo diferente ocorrer.
·
Se sentir
a necessidade, busque apoio de um psicólogo familiar.
Conversando
com seu marido ou companheiro
O seu companheiro ou companheira
é a pessoa que, assim como os filhos, estará mais próxima de você nesse
momento. Conversem francamente sobre as demandas que surgirão e peça ajuda para
enfrentar a doença.
Reconstrução
de mama
Passível de ser realizada em
quase todas as pacientes porém há dificuldade de acesso nas pacientes do SUS
principalmente por fatores econômicos. Para quem não tem acesso, é recomendado
o uso de prótese externa afim de equilibrar um pouco do peso sobre a coluna e
principalmente para alívio estético e maior liberdade para vestimenta da
paciente.
Prevenção
A prevenção do câncer de mama
pode ser dividida em primária e secundária: a primeira envolve a adoção de
hábitos saudáveis, e a segunda diz respeito a realização de exames de
rastreamento, a fim de fazer o diagnóstico precoce:
Exercícios
Um estudo publicado no Journal of
the National Cancer Institute apontou que adolescentes praticantes de
exercícios físicos intensos diminuem as chances de sofrer de câncer de mama na
fase adulta em até 23%. Nessa análise, a prática de atividade física deveria
começar por volta dos 12 anos e durar por pelo menos dez anos para que a
proteção contra a doença seja notada. Os exercícios são capazes de reduzir os
níveis de estrógeno, hormônio relacionado ao risco de câncer. A prática de
exercícios também diminui o estresse e ajuda no controle do peso, fatores que
também influenciam no desenvolvimento do tumor. É importante na prevenção do
câncer e na prevenção da recidiva.
Amamentação
Mulheres que amamentam os seus
filhos por, pelo menos, seis meses, têm 5% menos chances de desenvolver a
doença. Quando a mulher amamenta, ela estimula as glândulas mamárias e diminui
a quantidade de hormônios, como o estrógeno, da sua corrente sanguínea.
Dieta
balanceada
Manter uma dieta adequada ajuda
no controle do peso, na prevenção de doenças crônicas e melhora a saúde como um
todo. Além disso, um corpo saudável trabalha melhor, prevenindo o surgimento de
tumores. Mulheres que consomem vegetais com frequência têm até 45% menos
chances de desenvolver câncer de mama, de acordo com um estudo realizado
pela Boston University. Alimentos como brócolis, mostarda, couve e
hortaliças verdes são ricos em glucosinolatos, que são aminoácidos com um papel
importante na prevenção e tratamento.
Estresse
Mulheres que vivem uma rotina
muito agitada e estressante têm quase o dobro de chances de desenvolver câncer
de mama, quando relacionada a outros fatores de risco. Técnicas de respiração,
meditação e relaxamento, praticadas em Tai Chi e ioga, ajudam a controlar
o estresse e a ansiedade.
Álcool
O consumo de apenas 14 gramas
de álcool por dia pode aumentar as chances de câncer de mama em 30%.
O mecanismo de ação pelo qual o consumo de álcool aumenta esse risco ainda
permanece desconhecido, mas sabemos que ele influencia as vias de sinalização
do estrógeno.
Controle do
peso
Ao atingir a menopausa, mulheres
com sobrepeso ou obesidade correm mais risco de desenvolver o tumor.
E mais: o excesso de peso ainda aumenta as chances do câncer ser mais
agressivo.
Faça a
mamografia
A maioria das mulheres devem
começar a fazer mamografias anualmente após os 50 anos, mas, para quem tem
histórico familiar de câncer de mama, o exame deve começar 10 antes do caso
mais precoce na família. Assim se um parente próximo teve esse tipo de câncer
aos 40, é preciso começar a fazer mamografias anualmente a partir dos 30 anos.
Fazer a mamografia anualmente em idade adequada pode reduzir a morte
por câncer de mama em até 30%, segundo um estudo publicado na revista Radiology.
Mais sobre
Câncer de mama
Seus
direitos
·
Reabilitação
profissional: o serviço da Previdência Social visa readaptar ou reeducar o
profissional para o retorno ao trabalho, com o fornecimento de materiais
necessários à reabilitação (tais como taxas de inscrição em serviços
profissionalizantes e auxílios para transporte e alimentação). Todos os
segurados da Previdência têm direito à reabilitação.
·
Auxílio-doença:
você terá direito ao benefício mensal desde que fique por mais de 15 dias com
incapacidade para o trabalho atestada por perícia médica da Previdência Social
e que tenha contribuído com o INSS por no mínimo 12 meses (embora haja
exceções). Compareça pessoalmente ou por intermédio de procurador a uma agência
da Previdência Social, preencha o requerimento, apresente a documentação
exigida e agende a perícia. O auxílio-doença deixará de ser pago quando você
recuperar a capacidade para o trabalho, ou caso o direito se reverta em
aposentadoria por invalidez.
·
Aposentadoria
por invalidez: você terá direito ao benefício se for segurada da Previdência
Social e a perícia constatar que está incapacitada permanentemente par ao
trabalho. Via de regra, é preciso ter contribuído com o INSS por, no mínimo, 12
meses para obter o benefício. Compareça pessoalmente ou por procurador a uma
agência da Previdência Social, preencha o requerimento, apresente a
documentação exigida e agende a perícia. Você ainda pode requerer o
auxílio-doença pela internet, no site da Previdência Social ou pelo telefone
gratuito 135.
·
Isenção
de imposto de renda: você tem direito à isenção do imposto de renda sobre os
valores recebido a título de aposentadoria, pensão ou reforma, inclusive as
complementações recebidas de entidades privadas e pensões alimentícias, mesmo
que a doença tenha sido adquirida após a concessão da aposentadoria, pensão ou
reforma. Procure o órgão responsável pelo pagamento da aposentadoria, pensão ou
reforma e solicite a isenção do imposto de renda que incide sobre esses
rendimentos.
·
IPTU: não
existe uma legislação nacional que garanta a isenção do IPTU para pessoas com
determinadas patologias, como o câncer de mama, mas, como se trata de um
imposto municipal, algumas cidades já garantes a isenção. Informe-se na
Secretaria de Finanças do seu município.
·
Cirurgia
de reconstrução mamária: você tem direito a realizar a cirurgia reparadora
gratuitamente, tanto pelo SUS como pelo plano de saúde. Se estiver em
tratamento no SUS, exija o agendamento da cirurgia no próprio local e, se não
estiver, dirija-se a uma Unidade Básica de Saúde e solicite seu encaminhamento
para uma unidade especializada em reconstrução mamária. Pelo Plano de Saúde,
consulte um cirurgião credenciado.
Compartilhando
a experiência
A solidão pode ser um sentimento
que assola a paciente com câncer de mama. Mas lembre-se que você não está
sozinha. Peça ajuda, compartilhe sua experiência, procure centros e locais que
façam terapia em grupo. Dissemine seu conhecimento e sua luta contra o câncer
de mama e ajude a quebrar o estigma que existe em torno da doença. Incentive as
mulheres a fazer a mamografia, converse com suas amigas e colegas sobre a
importância do exame. Relate sua experiência para entidades de apoio ao
paciente ou crie um blog para dividir suas questões com os leitores.
Perguntas
frequentes
Qual a
porcentagem de cânceres de mama que acontecem por conta da mutação genética?
A população geral tem cerca de 10
a 12% de riscos de desenvolver a doença. De acordo com a Sociedade Brasileira
de Mastologia, a presença da mutação entre os casos de câncer de mama gira em
torno de 5 a 10%, sendo que 5% de todos os cânceres de mama são de mulheres com
a mutação genética BRCA. Por isso, a maneira mais segura de tratar e prevenir é
visitar o seu mastologista, quando indicado, e seguir suas orientações.
Uma pessoa
que tem risco comprovado para câncer de mama pode fazer uma mastectomia
preventiva?
Uma mulher com alto risco pode,
sim, optar por fazer a mastectomia preventiva. A mastectomia preventiva mamária
consiste na retirada da região interna da mama - ou seja, da glândula mamária
juntamente com os ductos mamários - que são os locais onde pode acontecer a
formação de um tumor. Com a retirada do interior da mama, os riscos de câncer
reduzem em até 90%. As chances do câncer ainda existem porque 10% do tecido
mamário é preservado para a nutrir a pele, auréola e mamilo. Na cirurgia sempre
serão removidas as duas mamas, daí a denominação de dupla mastectomia
preventiva.
Existem também tratamentos que
usam os chamados anti-hormônios ou moduladores hormonais, que inibem a produção
de estrógeno e impedem as células da mama de se multiplicarem. Esse tratamento,
no entanto, é recomendado apenas para cânceres de mama hormonais - ou seja, que
acontecem ou podem acontecer em decorrência de alterações hormonais - não sendo
indicado para pessoas que tem o risco genético, por exemplo.
Para pacientes com risco
genético, uma alternativa é redobrar a atenção e acompanhamento da mamas,
partindo para exames de rastreamento, como ultrassom de mamas e mamografias, em
intervalos de tempos mais curtos, a cada seis meses, por exemplo, dependendo do
que o seu médico considerar mais seguro. O objetivo nesse caso é identificar o
câncer numa fase muito precoce e iniciar o tratamento adequado a partir desse
diagnóstico.
Referências
Vilmar Marques, presidente do
departamento de oncoplástica da Sociedade Brasileira de Mastologia
Rafael Kaliks, oncologista
clínico do Albert Einstein e Diretor Científico do Instituto Oncoguia
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de
Mastologia
Maria do Socorro Maciel, cirurgiã
oncologista e diretora de Mastologia do A.C.Camargo Cancer Center
Carla Ismael, vice-presidente da
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e presidente da Sociedade Franco-Brasileira
de Oncologia
Sociedade Brasileira de Oncologia
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